sexta-feira, 17 de junho de 2011

Proposta 2: memória descritiva /conclusão

Ora bem, a nossa proposta de tipografia para o Álvaro de Campos já tinha sido apresentada, mas aqui está ela de novo: 


Este heterónimo transmite-nos a sensação de força, movimento, progresso, violência etc. Neste seguimento, optamos por dispor letras em forma de roldanas, remetendo para os movimentos industrais, que, como se sabe, possuem uma forte componente na poesia de Campos. Álvaro de Campos exaltava a civilização moderna e todos os processos a ela associada. Optamos por utilizar tamanhos de letras grandes, com cores fortes como o vermelho e o branco. Desta forma, consideramos que a ideia de violência, fúria e de força ficaria bem mais patente. Nada está disposto segundo uma lógica estrutural para dar a ideia de confusão.  Esta tipografia foi elaborada no picasa. Não é, exactamente, o programa mais complexo, mas atingimos  o resultado final pretendido. As roldanas fram criadas em photoshop.

A seguir  a Álvaro de Campos, procuramos representar Alberto Caeiro: 



Alberto Caeiro é, sobretudo, simplista e objectivo. E nós, não fugimos a essa ideia. Disposmos, simplesmente, palavras em linhas diferentes, com o tamanho de letra a diminuir de forma equilibrada. Caeiro é  o poeta da natureza e, assim, decidimos sublinhar a palavra campo logo no ínicio. Elementos como árvores ou flores foram sendo dispostos ao longo da tipografia. O eu, final, pode remeter para a ideia de sensacionalismo de Alberto Caeiro que tudo capta através das suas sensações, através do que ele toca, cheira, ouve, vê. Quanto às cores, o que pode ser mais simples do que preto e branco ?  O campo, no fundo, como transparência deveu-se a uma mera experiência para realçar o valor campestre na tipografia. Mais uma vez, utilizamos o picasa.
Finalmente, Ricardo Reis:
Este heterónimo, e como já escrevi num post anterior, caracteriza-se pela calma, tranquilidade, equilíbrio, rigor.... Assim, decidimos que a nossa composição se iria pautar por estes adjectivos. Utilizando, somente, as palavras Ricardo Reis escritas à mão, fomos dispondo-as de forma a formar uma figura equilibrada. Não tem grandes elementos ou cores porque é uma tipografia que se pretende que seja clássica e equilibrada. Considerando os sentimentos que quisemos transmitir, jugamos que não faria sentido acrescentar o que quer que fosse que deturpasse a calma, o equilíbrio e a tranquilidade transmitidas através da tipografia. 
Esta proposta levou-nos a utilizar a letra como mais um elemento para transmitir mensagens. E, o facto de serem letras, nem sempre facilita a mensagem a passar. O trabalho final só fez sentido depois de termos contextualizado cada heterónimo, o que revela a importância de esclarecermos ao máximo aquilo que queremos transmitir.

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