sexta-feira, 17 de junho de 2011

Proposta 4: Memória Descritiva/Conclusão

Tendo como tema uma marca automóvel, muito haveria para falar - afinal, a Lancia, marca utilizada, é centenária. Então, isolamos os pontos que queríamos abordar na infografia. Como referido na preparação, íamos utilizar dados de vendas, inovações técnicas, factos e modelos históricos, em conjugação com um tema particular: a estrada. 
 Distribuimos os modelos por ordem cronológica, de forma a todos estarem ligados pela estrada, que sai do "coração" da imagem: o símbolo da Lancia. No fim, todos conduzem ao novo modelo, o Ypsilon, visto como fruto de mais de cem anos de história e experiência a construir automóveis. A nossa proposta, visou, acima de tudo, dotar todos os que a virem de algum conhecimento sobre uma das marcas mais importantes a nível mundial e à qual nem sempre é dada total confiança e mérito. O resultado final não poderia ser mais satisfatório.



Foi mais uma proposta enriquecedora. No fundo, fomos obrigados a reflectir em todas as propostas anteriores para conseguir elaborar a infografia.  Tivemos de pensar nos elementos de comunicação visual, na letra e nas cores. E, tudo o que fizemos anteriormente,  conduziu-nos até aqui e foi essencial para a conclusão da proposta 4.

Proposta 4: Preparação

Após alguns períodos de reflexão sobre o que fazer nesta proposta, escolhemos abordar uma notícia recente: a apresentação do novo Lancia Ypsilon. Desse modo, iríamos fazer uma infografia sobre a história da marca e algumas inovações técnicas.

Seleccionamos os modelos mais importantes e as inovações, além de factos e números de vendas.

Para podermos idealizar graficamente a nossa proposta, recolhemos várias infografias na internet:









Focamo-nos, essencialmente, em infografias que tivessem como tema automóveis.

Assim, chegamos a um esboço quase final:



Tentamos combinar a estrada com as várias imagens dos modelos. A proposta final sairia nestes moldes.

"Infografia não é uma linguagem do futuro, é do presente"

A propósito da minha pesquisa sobre o género infografia, encontrei uma entrevista de Alberto Cairo ao JPN que considerei bastante interessante, e, por isso, deixo-a aqui:

Alberto Cairo fala sobre "jornalismo infográfico". No recrutamento de jornalistas pesa mais o conhecimento tecnológico do que o conhecimento teórico.

Alberto Cairo é especialista em design e artes visuais. Professor de jornalismo na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e antigo director do departamento de infografia na edição "online" do "El Mundo", considera a infografia como um "género jornalístico", mais adequada do que o texto para transmitir "dados frios".
O especialista, que na semana passada deu um "workshop" sobre o tema na Universidade do Porto, admite também que, na maior parte dos jornais, os infografistas não são reconhecidos como jornalistas.

 

Como é que define a infografia moderna?

A infografia significa a apresentação visual de dados, sejam dados estatísticos, sejam mapas ou diagramas. Trata-se das três formas que adopta a infografia no jornal impresso.

 

Se a infografia é a linguagem que resume dados em desenhos, qualquer ilustração é uma infografia?

Não, nem todas as ilustrações são infografias. Para que a ilustração se considere infografia tem que explicar algo, contar uma história, transmitir informação como uma notícia.

 

Podemos chamar à infografia noticiosa um género jornalístico?

Formalmente a infografia não está aceite como um género jornalístico, mas estou convencido de que o é. A infografia é a aplicação das regras do desenho gráfico para contar histórias. Assim, se se contam histórias jornalísticas pelo meio do desenho gráfico, isso é um género jornalístico, sem dúvida.

 

Podemos então dizer que infografia significa "jornalismo visual"?

Sim, é um dos ramos do jornalismo visual.

E existe o conceito de jornalismo infográfico?

Efectivamente, pode falar-se de jornalismo infográfico sempre que a infografia se utilize para contar histórias jornalísticas. É infografia jornalística.

 

O "jornalismo infográfico" vai ser a linguagem jornalística do futuro?

Sim e não. A infografia não é uma linguagem do futuro, é uma linguagem do presente. Tem vindo a ser utilizada desde que há jornais, praticamente. Será uma linguagem jornalística do futuro? Sim, e será muito utilizada, mas isso não quer dizer que não existam outras linguagens jornalísticas que não serão utilizados em igual medida.

 

E nunca substituirá o jornal impresso?

Não, da mesma forma que a televisão não substitui o rádio e a rádio não substitui a linguagem escrita. A infografia é apenas mais uma linguagem, outra forma de contar histórias. Nem todas as histórias podem contar-se de maneira infográfica, da mesma forma que nem todas as histórias se podem contar bem em texto.

 

 Por exemplo?

Não se pode contar uma história com interesse humano através de uma infografia. No caso do acidente de metro que houve em Valência onde morreram 42 pessoas, a infografia não permite contar como as famílias das vítimas experimentaram a tragédia. Por outro lado, a infografia é muito melhor para explicar por que é que o comboio descarrilou, por que chocou, onde chocou, quanta gente morreu, quanta gente está viva. A infografia é muito melhor para transmitir os dados frios, os dados duros.

 

Os jornalistas estão preparados para fazer infografias?

Depende de onde provenham. Qualquer jornalista que saia de uma carreira de jornalismo, em princípio, estará capacitado para entender a infografia como uma linguagem jornalística. Isso não quer dizer que qualquer jornalista esteja capacitado para fazer infografia. Para a fazer são precisos conhecimentos técnicos, assim como para escrever, para fazer televisão, etc.

 

Qual deve ser a formação do jornalista na faculdade?

O jornalista deve receber um formação geral sobre todos os géneros jornalísticos que existem. Tem de aprender a analisar não só a notícia escrita, mas também a reportagem, a crónica, a entrevista, tem de aprender algo de fotojornalismo e tem de aprender também as bases da infografia. Tem também de haver um curso básico de aprendizagem de infografia.

Só depois viria a especialização?

Tem de haver, obviamente, especializações. Vai haver jornalistas que vão para o meio escrito, outros para a televisão. Dentro dos que vão para o meio escrito, pode haver um ramo mais relacionado com o desenho gráfico, onde se incluem cursos avançados sobre criação de infografia impressa, multimédia e "online".

 

No recrutamento de jornalistas, hoje em dia, pesa mais ter bons conhecimentos sobre História, política e relações internacionais ou dominar ferramentas multimédia que permitam fazer, por exemplo, jornalismo infográfico?

Pesa mais o conhecimento tecnológico do que o conhecimento teórico. No caso de ter de contratar alguém para o meu departamento de infografia, vou contratar a pessoa que saiba manejar as ferramentas, mesmo que num nível muito básico, mas que seja também um bom jornalista. Não contrataria nunca alguém que não soubesse manejar ferramentas.

 

De forma realista, pensa que os jornalistas em geral têm uma literacia visual, isto é, conhecimentos visuais que lhes dêem sensibilidade para condensar informação num desenho gráfico?

Depende. Nem toda a gente está capacitada para fazer infografia. Mas há gente que está muito capacitada, mesmo que nunca tenham feito. Encontrei muitos jornalistas nos jornais onde trabalhei, que nunca tinham feito uma infografia na vida, mas eram capazes de desenhar algo e contar o que se passara quando viam um acidente.

 

Portanto, só uma pequena percentagem de jornalistas faz infografias?

Sim, uma pequena percentagem.

 

Qual o estatuto do infografista que trabalha num jornal? É considerado um jornalista ou um desenhador gráfico?

Depende dos países e dos jornais. Na maior parte dos jornais, é considerado um desenhador gráfico. Mas nos jornais mais avançados, naqueles que produzem a melhor infografia do mundo, os infografistas são jornalistas. É o caso do "New York Times", do "El Mundo" e do "El Pais".

 

O que transforma um desenhador gráfico num jornalista?

Aprender a contar histórias e aprender as regras pelas quais se rege qualquer repórter. Deve, também, aprender a escrever notícias, reportagens, crónicas, entrevistas, e saber consultar e confrontar fontes.

Proposta 3: Memória Descritiva


A proposta 3 tinha como objectivo manipular os elementos constituintes de composições ao nível da cor e manipular os seus elementos constituintes de forma a alterar o significado da mensagem visual vinculada.
A primeira imagem que nos ocorreu alterar foi o logótipo da ford. Porquê? A Ford é, sem dúvida alguma, uma marca com muita credibilidade e tradição no mercado, desde 1909. Nunca sofreu grandes alterações, a nível da cor azul e da fonte da letra. Então, decidimos substituir o azul da ford por outros tons, como o castanho, o amarelo ou o rosa. Até nós estranhamos o logótipo. A identidade da marca perdeu-se, completamente, com essas mudanças.
A seguir, lembramo-nos das cores das selecções de futebol. Independentemente das pequenas alterações que se fazem sempre aos equipametos, as cores principais permanecem sempre. Essas cores representam uma bandeira, um país e distinguem os países em competições internacionais. A selecção portuguesa e a selecção da Nigéria adoptam sobretudo as cores vermelha e verde.  Decidimos, então, colorir a selecção portuguesa a rosa e a selecção nigeriana a preto. Imediatamente, deixamos de reconhecer os jogadores como os nossos jogadores ou os jogadores nigerianos como nossos representantes. Tornaram-se, apenas, jogadores. O significado da mensagem foi, completamente, desvirtuado. Com o logótipo da Sony Ericsson aconteceu exactamente a mesma perda de identidade. E, ninguém associa a Ferrari à cor verde. A capa do cd dos Placebo perdeu toda a mensagem que queria transmitir, só com uma simpels mudança de cores.
De facto, a cor é um factor essencial na comunicação de mensagens e significados. Como experimentamos, uma simples troca entre cores alterou completamente o significado da mensagem.

Proposta 3: conclusão

No seguimento dos textos anteriores e de alguns exemplos práticos, também nós procuramos alterar artificialmente o significado de algumas imagens. Aqui vai:


Esta marca tem uma longa tradição, desde inícios do século XX e o logótipo com poucas alterações seguiu sempre esta linha. O que aconteceria se, por alguma razão, o logótipo adquirisse cores como:


A identidade da marca iria perder-se... 

Todos conhecemos as cores da nossa selecção: o vermelho e o verde características. A Nigéria também adopta estas cores. Mas, se eles passassem a usar outras cores não os iriamos reconhecer como representantes do nosso país:




Ou, o símbolo da Sony Ericsson:


 
A Capa de um cd dos Placebo:
 

 


E o típico ferrari?




No fundo, é tudo uma questão de perda de identidade porque há cores que estão de tal forma associadas que é impossível desligarmo-nos do seu significado.


Proposta 2: memória descritiva /conclusão

Ora bem, a nossa proposta de tipografia para o Álvaro de Campos já tinha sido apresentada, mas aqui está ela de novo: 


Este heterónimo transmite-nos a sensação de força, movimento, progresso, violência etc. Neste seguimento, optamos por dispor letras em forma de roldanas, remetendo para os movimentos industrais, que, como se sabe, possuem uma forte componente na poesia de Campos. Álvaro de Campos exaltava a civilização moderna e todos os processos a ela associada. Optamos por utilizar tamanhos de letras grandes, com cores fortes como o vermelho e o branco. Desta forma, consideramos que a ideia de violência, fúria e de força ficaria bem mais patente. Nada está disposto segundo uma lógica estrutural para dar a ideia de confusão.  Esta tipografia foi elaborada no picasa. Não é, exactamente, o programa mais complexo, mas atingimos  o resultado final pretendido. As roldanas fram criadas em photoshop.

A seguir  a Álvaro de Campos, procuramos representar Alberto Caeiro: 



Alberto Caeiro é, sobretudo, simplista e objectivo. E nós, não fugimos a essa ideia. Disposmos, simplesmente, palavras em linhas diferentes, com o tamanho de letra a diminuir de forma equilibrada. Caeiro é  o poeta da natureza e, assim, decidimos sublinhar a palavra campo logo no ínicio. Elementos como árvores ou flores foram sendo dispostos ao longo da tipografia. O eu, final, pode remeter para a ideia de sensacionalismo de Alberto Caeiro que tudo capta através das suas sensações, através do que ele toca, cheira, ouve, vê. Quanto às cores, o que pode ser mais simples do que preto e branco ?  O campo, no fundo, como transparência deveu-se a uma mera experiência para realçar o valor campestre na tipografia. Mais uma vez, utilizamos o picasa.
Finalmente, Ricardo Reis:
Este heterónimo, e como já escrevi num post anterior, caracteriza-se pela calma, tranquilidade, equilíbrio, rigor.... Assim, decidimos que a nossa composição se iria pautar por estes adjectivos. Utilizando, somente, as palavras Ricardo Reis escritas à mão, fomos dispondo-as de forma a formar uma figura equilibrada. Não tem grandes elementos ou cores porque é uma tipografia que se pretende que seja clássica e equilibrada. Considerando os sentimentos que quisemos transmitir, jugamos que não faria sentido acrescentar o que quer que fosse que deturpasse a calma, o equilíbrio e a tranquilidade transmitidas através da tipografia. 
Esta proposta levou-nos a utilizar a letra como mais um elemento para transmitir mensagens. E, o facto de serem letras, nem sempre facilita a mensagem a passar. O trabalho final só fez sentido depois de termos contextualizado cada heterónimo, o que revela a importância de esclarecermos ao máximo aquilo que queremos transmitir.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Proposta 1: Conclusão


Aqui, vou repetir a memória descritiva para contextualizar os leitores, mas quero, também fazer uma pequena conclusão que julgo estar a faltar. 

Houve uma altura em que estivemos um bocado perdidos porque não sabíamos como levar a nossa ideia avante. Mas,focamo-nos na essência da nossa ideia e acabamos por ter um resultado.
O que decidimos no início passava por jogar com pontos, linhas e cores (com destaque para o preto e o branco, como referência ao facto da música ter sido pensada para um  ritmo mais "roqueiro" , daí o contraste, mas que acabou por ter um ritmo mais coeso, pop). Queriamos utilizar a minimização, ou seja, sintetizar ao máximo a imagem, mas sempre de forma perceptível.
Optamos por realizar esta proposta através de meios manuais, ou seja, sem ajuda de programas informáticos. Desta forma, necessitamos de cartolinas, tesoura, marcadores, compasso, régua, cola e recolhemos algumas imagens de revistas (e uma ou outra através da internet, a única altura onde utilizamos o computador).
A letra da nossa música enfatizava a ideia do tempo e da não existência de segundas oportunidades porque o “tempo” não pára. Enfatizava a ideia dos sonhos que nem sempre se concretizam e como ficamos tão desiludidos quando isso acontece.
Esta ideia tinha de ser transmitida através de duas formas base: o círculo e o quadrado.

Círculo

Desenhamos dois círculos em cartolina preta e branca, respectivamente. A preta tinha de ter, obrigatoriamente 11,5 cm de diâmetro e a parte branca, à nossa escolha, teve 10,5 cm de diâmetro. A diferença de 1 cm representou a “borda” do nosso relógio. O “tempo”, com muita importância na música escolhida, era um factor essencial e consideramos que o relógio era uma das imagens mais representativas. Os ponteiros do relógio, desenhados com marcador preto (linhas) indicavam as três horas, como referência a “three times to regard”, um verso da nossa música. Dentro do relógio, através de linhas, desenhamos uma árvore. Esta árvore continha “frutos” coloridos (marcador rosa, azul e amarelo) representativos dos nossos sonhos. Mas, à medida que descíamos do topo para o tronco e para o chão, esses pontos adquiriram uma coloração mais escura (azul escuro e preto), representando os sonhos que não concretizados que caem por terra. Na borda do nosso relógio, a preto, escolhemos quatro imagens: os olhos de um bebé, lábios, (beijo) um pai com o filho e o olho de uma senhora idosa. Estas quatro imagens são simbólicas e não têm uma ligação directa com a imagem. As imagens foram colocadas ao longo do relógio, como forma de indicar um ciclo sempre em acção. Desta forma, queríamos deixar patente a ideia de que o “tempo” não pára e tudo continua, por isso, não existem segundas oportunidades. 



Quadrado

No quadrado, a ideia a representar era a mesma. E, assim, optamos por representar exactamente o mesmo relógio. No entanto, e aproveitando a forma do quadrado de 12 cm, escolhemos algumas imagens que cobriram o quadrado preto. Basicamente, aquele ciclo simbólico da vida, teve especial relevância nesta forma. Nã existem segundas oportunidades e tudo continua. As imagens escolhidas foram a do bébé, crianças, lábios (beijo), alianças, maternidade, pai e filho, olhos de uma senhora idosa e céu.  



Nós, realmente, procuramos ser fiéis à nossa ideia inicial. Utilizamos linhas, pontos e cores. As linhas para os ponteiros, para o tronco da árvore; os pontos para os frutos, representativos dos nossos sonhos; as cores, com o destaque pretendido para o preto e o branco, mas com um elemento discreto a cores mais vivas (os frutos do topo da árvore. Procuramos, ao máximo, sintetizar os elementos -minimização. Pretendíamos passar a mensagem por de trás da letras através de elementos simples, dispostos de forma simples e exeutados de forma simples. De facto, não podems considerar que utilizamos métodos extremamente criativos na realização do projecto, mas acreditamos que foram os indicados para levar cabo os nossos objectivos.

Foi, de facto, uma proposta engraçada de se realizar e que fez com que reflectissemos bastante nos vários elementos e técnicas de comunicação visual. Quais os elementos mais indicados para passar uma mensagem? Através de que técnicas? Todos? Poucos?  Não interessa quais utilizamos ou que técnicas, desde que a mensagem em causa seja transmitida. Isso é o essencial e não pode ser esquecido.