terça-feira, 1 de março de 2011

Gestalt - Teoria da Forma

Durante o século XIX a até a início do século XX, a psicologia era um ramo da filosofia que se limitava a estudar tanto o comportamento como as emoções e a percepção. Nesta altura, os estudos sobre a percepção humana procuravam o conjunto a partir dos elementos. Assim, o homem só poderia perceber uma imagem através das suas partes, compreendendo-as através de associações relacionadas com experiências passadas. 
Nos anos 30 e 40, Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka começaram a aplicar a psicologia de Gestalt, da qual foram co-fundadadores. Coube a Max Wertheimer ser o fundador da teoria, ao ter conseguido provar, experimentalmente, diferentes formas de organização perceptiva (o campo visual é percebido de uma forma organizada e com significado próprio para cada um de nós). Assim, o conhecimento do mundo obtém-se a partir de elementos que por si só constituem formas organizadas. Para a  psicologia da forma o todo é mais do que a soma das partes que o constituem. A teoria da forma parte, assim, da percepção como um todo: as suas propriedades não resultam da soma das propriedades dos seus elementos.
Para os psicólogos de gestalt existem quatro processos na percepção de objectos e formas: tendência à estruturação, segregação da figura-fundo, a pregnância e a constância perceptiva. A tendência à estruturação explica-se pela natural propensão dos indivíduos a organizar ou estruturar os diferentes elementos que se lhe deparam. Tendemos a agrupar elementos que se encontram próximos uns dos outros ou que sejam semelhantes.
A segregação figura-fundo explica-nos que percepcionamos figuras definidas e salientes incluídas em fundos indefinidos. Não podemos ver objectos sem os separarmos do seu fundo.
Designa-se por pregnância das formas, a qualidade que determina a facilidade com que percepcionamos figuras. Percepcionamos mais facilmente figuras simples, regulares, simétricas e equilibradas.
A constância perceptiva traduz-se na estabilidade da percepção (os seres humanos possuem uma resistência acentuada à mudança). Existem três grandes tipos de constância: a da grandeza (estabilidade de percepção em relação ao tamanho dos objectos), a da forma (em relação à forma que os objectos normalmente têm) e a constância da cor (que tem a ver com a quantidade de luz recebida).

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