sábado, 26 de março de 2011

Tipografia

Tipografia = "typos" (forma) + "graphein" (escrita)

Neste seguimento, a tipografia pode considerar-se como o processo de criação de tipos, metálicos ou fontes digitais. O principal objectivo da tipografia é dar uma forma e estrutura à comunicação impressa. 
Este conceito não é de forma nenhuma recente. Como e onde começou? Como evoluiu? São a estas questões que pretendo dar resposta através deste texto.

5000 anos atrás

Os habitantes pré-históricos da Península Ibérica identificavam os membros de diferentes comunidades desenhando em pedras de xisto. As pedras de xisto foram recolhidas junto a túmulos megalíticos; estas identificavam as relações familiares, sociais dos indíviduos mortos. As pinturas do homem pré-histórico foram decisivas para a evolução dos alfabetos e da tipografia. 





Egípcios (1500 a.C)

Os egípcios aplicaram três sistemas de escrita aos seus hieróglifos. As "primeiras linguagens" utilizavam, apenas, pictogramas. Como estes, por vezes, não eram totalmente explicítos começaram a juntar símbolos de forma lógica. De seguida, iniciaram a interpretação sonora do que viam e surgiram os fonogramas. Foram estes sistemas que os egípcios aplicaram à sua escrita.  Este povo criou um alfabeto fonético de 23 a 24 caracteres representando consoantes, mas nunca substituíram os hieróglifos pelos glifos fonéticos que eles próprios haviam desenvolvido. 




Fenícios (1000 a.C)

Os fenícios adaptaram os glifos fonéticos criados pelos egípcios para fins comerciais. Através do comércio iniciou-se a expansão deste alfabeto que foi a base de todos os alfabetos usados no Ocidente e línguas Indoeuropeias. Os alfabetos fonéticos superaram os complexos sistemas de escrita através dos pictogramas.




Gregos

O alfabeto grego deriva duma variante do semítico, introduzido na Grécia por mercadores fenícios. Dado que o alfabeto semítico não tinha glifos para as vogais, os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios sem valor fonético em grego para representar as vogais. Em jeito de curiosidade, as primeiras vogais criadas foram Alfa, α Épsilon ε, Iota ι, Ómicron ο, Ipsilon υ. Este alfabeto foi denominado de jónico. 




Romanos

Os romanos absorveram diversos elementos culturais no estrangeiro e aplicaram parte das formas gregas à sua própria língua. Foram eles os responsáveis pelo desenvolvimento das terminações designadas de serifas ou patilhas com o aperfeiçoamento das ferramentas para trabalhar a pedra. Os romanos desenvolveram não só o alfabeto, como também a forma das letras, a estética e relações recíprocas, como o espaçamento, por exemplo. Utilizaram diferentes tipos de letra:  capitalis monumentalis, capitalis rustica capitalis cursiva.




domingo, 20 de março de 2011

Proposta 1: Decisões Importantes

Depois de termos escolhido a música, debruçamo-nos sobre os seus aspectos essenciais. São estes aspectos essenciais que o nosso projecto quer mostrar. 
Assim, seleccionamos um conjunto de palavras que transparecem por si só o significado da música. Em primeiro lugar, pdenmos referir a palavra "second" sempre repetida antes da palavra "chance". A questão do tempo é, também, relevante: "time", "three times to regard" e "six years". "How to change my world", o nosso mundo que pode representar o nosso eu. E, claro, o mundo dos sonhos "reveries". 
De uma forma muito sintética, a mensagem principal é que somos todos vítimas do "tempo". "Tempo" este que não dá segundas oportunidades por mais que olhemos para trás e os nossos sonhos... Bem, nem sempre se concretizam. 
Retiradas estas conclusões surgia a questão de como vamos representar tudo isto. Afinal, existem tantos elementos e técnicas de comunicação visual. O que fazer? Foi aqui que encontramos a imagem que nos ajudou a tomar esta decisão:




Esta imagem remeteu-nos para a unidade básica de todos os elementos, o ponto. Porque não simplificar? O ritmo da música é coeso, simples, mais uma razão para não complicar. Pretendemos utilizar pontos, linhas e jogar com cores. As cores preto e branco são essenciais porque esta música de ritmo tão coeso foi originalmente pensada como uma música rock - contraste.  No seguimento desta ideia de sintético e de unidade resolvemos utilizar a técnica da minimização, ou seja, obter dos observadores, à falta de melhor termo, a máxima resposta a partir de elementos mínimos. 
Esta é a nossa ideia, agora só resta criar!




Elementos Básicos da Comunicação Visual (Re-Editado)

Tudo o que existe à nossa volta, toda a “substância” que conseguimos visualizar é composta a partir de uma lista básica de elementos. Esta lista não é longa, mas é constituída por elementos que possibilitam inúmeras opções e combinações selectivas, como afirma Donis A. Dondis. Se assim não fosse, era impossível a diversidade que observamos, todos os dias, com os nossos olhos.
O elemento mais básico, mais pequeno e irredutível é o ponto. Este elemento apresenta, também, a capacidade para dirigir um olhar. E quanto mais próximos esses pontos são, mais intensificada é essa mesma capacidade. Em grande número e juntos criam a ilusão de tom e de cor. 
Quando os pontos estão de tal forma juntos que se torna impossível distingui-los individualmente surge um novo elemento de comunicação visual, a linha.  A linha apresenta duas naturezas distintas mas igualmente interessantes. Não é estática, apresenta uma fluidez natural que reforça a liberdade de experimentação através de esboços etc. Mas, por outro lado, pode ser rigorosa, precisa, vai sempre nalguma direcção, definitiva, como se observa através da “prática da arquitectura”, por exemplo. 



A linha descreve outro elemento básico – a forma. As três formas básicas existentes são o quadrado, o triângulo e o círculo. São, mais uma vez, formas simples, planas que podem ser facilmente construídas ou descritas verbalmente. 
 
Estas formas básicas vão demonstrar outro elemento da comunicação visual – a direcção. O quadrado expressa a horizontalidade e a verticalidade, o triângulo expressa a diagonar e o círculo expressa a curva. Estas direcções são valiosas para a criação de mensagens visuais.




O tom é observável pela pelas variações de luz (quer seja proveniente do sol, da lua, artificial). Através delas distinguimos visualmente a complexidade da informação visual que nos rodeia.
As cores, outro dos elementos da lista, encontram-se relacionadas com experiências emocionais e significativas. Significativos pode remeter para o facto de atribuirmos significados e associarmos experiências comuns às cores, por exemplo, o vermelho pode remeter para a raiva etc. As cores podem ser entendidas nos termos de matiz, saturação ou brilho.



Outro dos elementos básicos da comunicação visual é a textura. Esta pode ser sentida através do tacto, visão ou ambos, gerando diversos significados associativos. Verificam-se as mínimas alterações a superfícies através desta característica. 



A escala é uma medida visual relativa. A cor é brilhante ou apagada dependendo da justaposição, o pequeno não existe sem o grande. 
 A dimensão está directamente associada à ilusão, pois só através destas ilusões é possível criar a sensação de de perspectiva ou a sensação de volume.



Finalmente, o último elemento é o movimento. O movimento é uma das características mais implícitas nas experiências humanas e é percebido pelo homem através de um fenómeno denominado de persistência de visão. Esta característica explica, entre tantos e tantos exemplos, o movimento que um flip book pode causar. 

quarta-feira, 16 de março de 2011

Proposta 1: música

Para a realização desta proposta tivemos que escolher uma música. Depois de formarmos os grupos, o meu parceiro mostrou-me uma música que ele tinha escrito e eu gostei. Gostei sinceramente e achei que era uma escolha mais que adequada para este projecto. Assim, transcrevo aqui a letra dessa música:

You Never Know 
 (Luís Soeiro; Soraia Neves; Daduh)

You never think you’re wrong
When I may be right
You never had the time
To belong to a straight fact
Sometimes you fail when you
Should have changed your soul
Sometimes you do what comes up
Burning any hope

You never know
what can be worse
You never know
how to change my world
How can’t you see
you have deceived most reveries
I’ve had alone?

You always need to consider again
But how come
I couldn’t have a second chance?
Who is your life
when you’re getting depressed?
How come must mine
be not any of this?
Three times to regard
Won’t get you a second chance
It’s time for you to know
That a second chance
Has vanished long ago

How can I care for you
when all you can do
is to give up so easily
as if there is no me?
Sometimes you ruled your story
But you couldn’t even worry
Sometimes you try to fix
It’s too late, I’m not six

You never know
I’m now too grown
You never know
What you should have known
How can’t you see
you have deceived most reveries
I’ve had alone?

You always need to consider again
But how come
I couldn’t have a second chance?
Who is your life
when you’re getting depressed?
How come must mine
be not any of this?
Three times to regard
Won’t get you a second chance
It’s time for you to know
That a second chance
Has vanished long ago

terça-feira, 15 de março de 2011

Elementos Básicos da Comunicação Visual


Tudo o que existe à nossa volta, toda a “substância” que conseguimos visualizar é composta a partir de uma lista básica de elementos. Esta lista não é longa, mas é constituída por elementos que possibilitam inúmeras opções e combinações selectivas, como afirma Donis A. Dondis. Se assim não fosse, era impossível a diversidade que observamos, todos os dias, com os nossos olhos.
O elemento mais básico, mais pequeno e irredutível é o ponto. Este elemento apresenta, também, a capacidade para dirigir um olhar. E quanto mais próximos esses pontos são, mais intensificada é essa mesma capacidade. Em grande número e juntos criam a ilusão de tom e de cor.
Quando os pontos estão de tal forma juntos que se torna impossível distingui-los individualmente surge um novo elemento de comunicação visual, a linha.  A linha apresenta duas naturezas distintas mas igualmente interessantes. Não é estática, apresenta uma fluidez natural que reforça a liberdade de experimentação através de esboços etc. Mas, por outro lado, pode ser rigorosa, precisa, vai sempre nalguma direcção, definitiva, como se observa através da “prática da arquitectura”, por exemplo.
A linha descreve outro elemento básico – a forma. As três formas básicas existentes são o quadrado, o triângulo e o círculo. São, mas uma vez, formas simples, planas que podem ser facilmente construídas ou descritas verbalmente.
Estas formas básicas vão demonstrar outro elemento da comunicação visual – a direcção. O quadrado expressa a horizontalidade e a verticalidade, o triângulo expressa a diagonar e o círculo expressa a curva. Estas direcções são valiosas para a criação de mensagens visuais.
O tom é observável pela pelas variações de luz (quer seja proveniente do sol, da lua, artificial). Através delas distinguimos visualmente a complexidade da informação visual que nos rodeia.
As cores, outro dos elementos da lista, encontram-se relacionadas com experiências emocionais e significativas. Significativos pode remeter para o facto de atribuirmos significados e associarmos experiências comuns às cores, por exemplo, o vermelho pode remeter para a raiva etc. As cores podem ser entendidas nos termos de matiz, saturação ou brilho.
Outro dos elementos básicos da comunicação visual é a textura. Esta pode ser sentida através do tacto, visão ou ambos, gerando diversos significados associativos. Verificam-se as mínimas alterações a superfícies através desta característica.
A escala é uma medida visual relativa. A cor é brilhante ou apagada dependendo da justaposição, o pequeno não existe sem o grande.
A dimensão está directamente associada à ilusão, pois só através destas ilusões é possível criar a sensação de de perspectiva ou a sensação de volume.
Finalmente, o último elemento é o movimento. O movimento é uma das características mais implícitas nas experiências humanas e é percebido pelo homem através de um fenómeno denominado de persistência de visão. Esta característica explica, entre tantos e tantos exemplos, o movimento que um flip book pode causar.

terça-feira, 1 de março de 2011

Gestalt - Teoria da Forma

Durante o século XIX a até a início do século XX, a psicologia era um ramo da filosofia que se limitava a estudar tanto o comportamento como as emoções e a percepção. Nesta altura, os estudos sobre a percepção humana procuravam o conjunto a partir dos elementos. Assim, o homem só poderia perceber uma imagem através das suas partes, compreendendo-as através de associações relacionadas com experiências passadas. 
Nos anos 30 e 40, Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka começaram a aplicar a psicologia de Gestalt, da qual foram co-fundadadores. Coube a Max Wertheimer ser o fundador da teoria, ao ter conseguido provar, experimentalmente, diferentes formas de organização perceptiva (o campo visual é percebido de uma forma organizada e com significado próprio para cada um de nós). Assim, o conhecimento do mundo obtém-se a partir de elementos que por si só constituem formas organizadas. Para a  psicologia da forma o todo é mais do que a soma das partes que o constituem. A teoria da forma parte, assim, da percepção como um todo: as suas propriedades não resultam da soma das propriedades dos seus elementos.
Para os psicólogos de gestalt existem quatro processos na percepção de objectos e formas: tendência à estruturação, segregação da figura-fundo, a pregnância e a constância perceptiva. A tendência à estruturação explica-se pela natural propensão dos indivíduos a organizar ou estruturar os diferentes elementos que se lhe deparam. Tendemos a agrupar elementos que se encontram próximos uns dos outros ou que sejam semelhantes.
A segregação figura-fundo explica-nos que percepcionamos figuras definidas e salientes incluídas em fundos indefinidos. Não podemos ver objectos sem os separarmos do seu fundo.
Designa-se por pregnância das formas, a qualidade que determina a facilidade com que percepcionamos figuras. Percepcionamos mais facilmente figuras simples, regulares, simétricas e equilibradas.
A constância perceptiva traduz-se na estabilidade da percepção (os seres humanos possuem uma resistência acentuada à mudança). Existem três grandes tipos de constância: a da grandeza (estabilidade de percepção em relação ao tamanho dos objectos), a da forma (em relação à forma que os objectos normalmente têm) e a constância da cor (que tem a ver com a quantidade de luz recebida).